Corpo e Paisagem

Corpo e Paisagem
December 5, 2018 João Louro

Body and Landscape | Corpo e Paisagem

01.12.18 > 17.03.19

Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, Bragança

Curated by Jorge da Costa

Ana Vidigal, António Areal, Antony Gormley, Carlos Nogueira, Daniel Blaufuks, Eduardo Nery, Emmerico Nunes,  Graça Morais, Helena Almeida, Inês Cannas, João Louro, João Queiroz, José Pedro Croft, Julião Sarmento, Lourdes Castro, Luís Campos, Manuel Valente Alves, Miguel Palma, Paula Rego, Rui Chafes, Stanislas Lépine, Thomas Weinberger.

The work of Paula Rego, Weather – Past and Present – metaphor of ownership or movement of a set of works from the collection of a museum to another space, where it enacts a new narrative or distinct relationship that the works had in museum source – is the starting point for this exhibition, designed from a wide selection of works and objects of the Gulbenkian Museum collections, now combined into one.
Within a wide range of curatorial possibilities that the collection can enhance, rather than a representative selection of the assets or historicist route by certain artistic movements, schools or poetic, selection of works presented here makes room not only polyphony copyright, revealing the plurality of paths and the options visual artists represented therein, but also to how certain issues are addressed at different times, cultures and discourse practices.
Without excluding others, are favored here themes as the body and the landscape, artistic genres that throughout the history of art have been manifested through various forms and processes, articulating, in either case, leaving the creations and distinct domains as diverse as the painting and sculpture, drawing and photography or their combination times.
This multiplicity of codes and conventions result possible new associations such as those resulting, for example, the meeting between the work of the French painter Stanislas Lépine, one of the precursors of the Impressionist landscape of the late nineteenth century, and the landscape marked by concerns concept of António Areal, or, among others, monumental anti-naturalistic landscapes of João Queiroz.
The same applies to the significant number of works associated with the representation of the human figure. Are the body as a collective memory space, as in the work of British sculptor Antony Gormley, are the body as absence, marked by the shadow contour in the work of Lourdes Castro; the hybridity of metamorphosed bodies of Graça Morais or by the body as an instrument of mediation and pictorial space, as in the work of Helena Almeida.
In this fragmentary set, consisting mainly of works by contemporary Portuguese artists also are associated with a very distinct set of objects from the most diverse sources, such as Syria, Turkey or Japan, which Calouste Sarkis Gulbenkian met since the late nineteenth century , a collection of very eclectic and unique art in the world.
It is therefore an interdisciplinary encounter between contemporary creations and expressions objects, very different ages and vocations, from which we can find multiple connections, whether activated by affinities, confrontations, matches or to appropriations.
Exposed on two occasions, both in the Center of Contemporary Art Graça Morais, in Bragança, and Space Miguel Torga in São Martinho de Anta, Sabrosa and later at the Contemporary Culture Center of Castelo Branco, the project is part of a wider set of exhibitions that the Gulbenkian Museum presents, between 2018 and 2020 in several north museums south of the country, resuming in genesis, the concept of the former project of the flagship mobile libraries.

A obra de Paula Rego, O Tempo – Passado e Presente – metáfora da apropriação ou deslocação de um conjunto de obras da coleção de um museu para um outro espaço, onde se encena uma nova narrativa ou relação distinta daquela que as obras tinham no museu de origem – é o ponto de partida para a presente exposição, concebida a partir de uma seleção extensiva de obras e objetos das coleções do Museu Gulbenkian, agora reunidas numa só.
Dentro de um alargado leque de possibilidades curatoriais que a coleção pode potenciar, mais do que uma escolha representativa do acervo ou um percurso historicista por determinados movimentos artísticos, escolas ou poéticas, a seleção de obras que aqui se apresenta abre espaço não só a uma polifonia autoral, reveladora da pluralidade de trajetórias e opções plásticas dos artistas nela representados, mas também ao modo como determinados questões são tratadas em distintos tempos, culturas e práticas discursivas.
Sem excluir outros, privilegiam-se aqui temas como o corpo e a paisagem, géneros artísticos que ao longo da história da arte se têm manifestado através das mais variadas formas e processos, articulando-se, num e noutro caso, a partir de criações de épocas distintas e de domínios tão diversos como os da pintura e da escultura, do desenho e da fotografia ou da sua combinação.
Desta multiplicidade de códigos e convenções resultam simultaneamente novas associações como as que advêm, por exemplo, do encontro, entre a obra do pintor francês Stanislas Lépine, um dos percussores da paisagem impressionista de finais do século dezanove, e a paisagem marcada por preocupações de ordem conceptual de António Areal, ou, entre outras, das monumentais paisagens antinaturalistas de João Queiroz.
O mesmo acontece com o número significativo de obras associadas à representação da figura humana. Sejam do corpo como um espaço de memória coletiva, como na obra do escultor britânico Antony Gormley, sejam do corpo como ausência, assinalada pelo contorno da sombra, na obra de Lourdes Castro; pelo hibridismo dos corpos metamorfoseados de Graça Morais ou pelo corpo como instrumento de mediação e de espaço pictural, como na obra de Helena Almeida.
Neste conjunto fragmentário, composto maioritariamente por obras de artistas contemporâneos portugueses, associam-se ainda um conjunto muito distinto de objetos oriundos das mais diversas proveniências, como a Síria, a Turquia ou o Japão, que Calouste Sarkis Gulbenkian reuniu, desde finais do século XIX, numa coleção de arte muito eclética e única no mundo.
Trata-se, portanto, de um encontro interdisciplinar entre criações contemporâneas e objetos de expressões, idades e vocações muito distintas, a partir das quais podemos encontrar múltiplas ligações, sejam elas ativadas por afinidades, confrontos, correspondências ou até apropriações.
Exposto em dois momentos, simultaneamente no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, e no Espaço Miguel Torga, em São Martinho de Anta, Sabrosa, e posteriormente no Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco, o projeto integra um conjunto mais vasto de exposições que o Museu Gulbenkian apresenta, entre 2018 e 2020, em diversos museus de norte a sul do país, retomando, na génese, o conceito do extinto projeto das emblemáticas bibliotecas itinerantes.

Coproduction/Coprodução: Fundação Calouste Gulbenkian,
Município de Bragança / Centro de Arte Contemporânea Graça Morais,
Município de Sabrosa / Espaço Miguel Torga,
Município de Castelo Branco / Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco.

Mais informações: Centro de Arte Contemporânea Graça Morais